A foz é linda!!

A foz é linda!!!!!!!!!!

Tuesday, November 23, 2010

É tempo de procurar

Um mundo de homens
Apenas deles e só deles
Não existe espaço para mim
Ainda que esse espaço seja pequeno

Um mundo bruto e sem luz
Não se vive sem luz

As palavras são rudes
E eu já experimentei a rudeza das palavras
Para poder entrar nesse mundo de homens
Mas não pertenço, não me encaixo
Tento há demasiado tempo esse encaixar

Sou uma estrela-do-mar, não sou uma rocha
Não sei para onde ir, que lugar encontrar
Mas creio que é tempo de partir
É tempo de procurar

Tuesday, October 26, 2010

Pele de seda

Trago borboletas a voar dentro de mim
Como se fossem gaivotas inebriadas
Julgo que são aviões, em frenesim galopante
Uma roda-viva, uma roda gigante

Trago cavalos no coração, batendo a todo o vapor
Sem freio, sem medo, sem pudor
Com asas feitas de organza e veludo
Cujo anseio, adivinho e cultivo

Trago o cabelo em desalinho
Coberto de força e perseverança
Tecido com fios de linho
Daquilo que em tempos foi uma trança

A pele de seda é já pele de vontade
Arrepiada, sedenta e quente
Buscando no escuro felicidade
Iluminando no escuro o pensamento

Friday, October 22, 2010

Candela

Sola, como una candela al viento
Aguantando sin temblar el viento y el frio
Dando-le voltas al cielo e cargando en las manos
El mundo entero
Ardiente e con mi llama fría te miro
Sin que lo sepas o adivines
Si todo me arde por dentro
E el fuego que me consume
No podre mantener-lo secreto por toda mi vida
Un día te lo daré, envuelto en my pelo e my piel
E el sudor que me darás me hará más grande
E de él me alimentare, por las noches
Mis manos en tu cintura e por todo tu cuerpo
Sin temor, sin temblar si no por placer
Yo la llama de tu vida e tu simplemente my vida
Tendré siempre hambre de ti e tu vas a consumir-me siempre
Sola, como una candela al viento
Te espero, sin temblar, sin medo, te espero

Merece la pena

Es inevitable
Que los caballos sigan su camino
E por esa caminada me quedo muda e quieta en my rincón
Su caminada me hace creer que todo es movimiento
Que los cielos siempre seguirán ahí
E los vientos soplaran siempre aún que yo no respire más
El mundo seguirá girando como una tómbola
El polvo que acude a mi nariz e arde en mis ojos
Me hace más viva en cada día
Le pido a dios que me haga recordar
Que todo esto merece la pena
Que la vida que nos arrastra nos da cosas grandes
Nos brinda con amor, cariñó e luz
De eso no quiero e no puedo olvidar-me
Por eso merece la pena vivir

Thursday, October 14, 2010

LINHA

Numa linha simples e bem marcada
Desse lado moras tu e deste lado moro eu
Por cada passo em frente, dás um passo atrás
Julgo ver-te sorrir, quando choras
E se te procuro não te encontro,
Se te perco, sei que vou achar-te
Mas sei que estás aí, do outro lado da linha
E de ver-te, espero-te mais e maior a cada dia
Não ouso tocar, mas sonho com sentir-te
O sopro dos beijos e o afago das carícias
Poderia viver-te por toda a eternidade
Sem ter pressa ou limite
Talvez seja esse o meu destino, um fado longo, demorado
Que não chega, não alcança
Se ao menos a linha fosse mais curta, um simples ponto
Aí sim, poderia abraçar todos os sorrisos e lágrimas
Limpar com carinho as feridas, fazer crescer o sol e o mar
E o céu sería o limite para o ilimitado

Se ao menos a linha fosse mais curta, um simples ponto…

Friday, October 01, 2010

Estou triste, daquela tristeza que dói fisicamente. Estou triste comigo, porque em 34 anos não consegui ainda melhorar uma quantidade de coisas que era suposto ter melhorado. Eu sei, sou demasiado exigente comigo e por esse motivo, demasiado exigente com os outros. O erro que mais tenho repetido ao longo dos anos prende-se com a péssima avaliação que faço das pessoas. Não dou tempo suficiente para que se revelem, atiro-me de cabeça, achando que são boas, que são correctas. Só mais tarde é que as coisas se tornam claras e quando já caí do cavalo percebo que afinal dei a quem não merece. Deveria refrear o meu ímpeto, deixar-me ficar mais quieta, no meu cantinho e depois, só depois do tempo revelar a verdadeira dimensão das pessoas, avançar e dar sem medo. Acho que hoje fecharia todas as portas. Estou triste…

Thursday, September 30, 2010

Esclarecimento

Relativamente ao post abaixo, é para esclarecer que o tema eram cavacas com mel!!!!!

Wednesday, September 29, 2010

Alguém disse...

"Se fosse um travesti a meter-to na boca tu querias!!!!"

Friday, September 24, 2010

preguiça (significado)



s.f. Aversão ao trabalho; pouca disposição para trabalhar.
Lentidão em fazer qualquer coisa; moleza; morosidade.
Pau a que estão pregadas as cangalhas da moega da atafona.
Corda que dirige o peso dos guindastes.
Pau a que estão pregadas as cangalhas da canoura.
Serralh. Aparelho, para descansar ou encostar uma barra de ferro, em que se trabalha.
Bras. Zool. Nome comum das espécies de mamíferos desdentados, da família dos Bradipodídeos, compreendendo dois gêneros: Brádipo, as preguiças com três dedos, e Colepo, as preguiças com dois dedos.
(Do lat. Pigritia)

Wednesday, September 22, 2010

cafeína

Confesso, tenho uma dependência, a cafeína. Preciso de pelo menos duas doses diárias. Hoje tomei uma dose a mais, resultado: ESTOU SEM SONO!!!!! Mas tanto o corpo como a mente precisam de descanso, de ficar enroladinhos debaixo dos lençóis azuis cor de céu e deixar que nas horas seguintes o mundo desapareça.
Voltar a existir só de manhã. E esperar que amanhã seja um dia realmente novo, que possa aprender alguma coisa, que possa fazer alguma coisa por alguém, e quem sabe, ter uns minutos junto ao mar. Bom, se amanhã conseguir ver o pôr-do-sol junto ao mar… serei no mínimo uma pessoa mais feliz. E lá está, como um pôr-do-sol pode transformar-se num bem precioso!!
Cada vez mais, à medida que vou crescendo, me apercebo da importância das coisas pequenas da vida.
Gosto das coisas pequeninas e simples da vida e … sinto-lhes a falta.

Saturday, September 18, 2010

Que bom que foi o jantar!! Sem dar por isso são já as 4h30 da manhã, já é Domingo. Passámos horas perdidos em conversas animadas e cruzadas, sobre as coisas da vida, da política, do estado deste país, música e tantas outras que guardo só para mim.
O tempo passa a correr quando estamos com pessoas de quem gostamos. Obrigada por simplesmente existirem, e darem mais sentido a esta passagem terrena.
Por isso, fica aqui um miminho de que se devem lembrar tão bem quanto eu, bons sonhos!!!!

Boa noite, Vitinho! (1986-1989)

Thursday, September 16, 2010

Nuvem negra


Tenho uma nuvem negra a povoar a mente. Sai daí sua nuvem marota, deixa-me em paz que eu estou aqui no meu cantinho e quero estar feliz, sem nuvens negras!!!

Monday, September 13, 2010

Adivinha

A Alice mora comigo, é sossegada e bem comportada. É alta e tem pose altiva até um pouco emproada. Falta-lhe uma mão, mas isso não é importante. Caiu-lhe uma perna já lá vão dois dias mas ela manteve a pose e nem se queixou. Acho que a Alice é uma sedutora, penso que vai morrer em pé. As pestanas são muito enroladinhas e tem um olhar de fazer inveja. Quem será a Alice? Dou um doce a quem adivinhar!!! (Não, a Alice eu não posso dar)

Urgente

Sem pressa, não te sei viver
E de tanto querer já me esqueço
E de tudo o que me rodeia me aborreço
Numa loucura de acertar
E a cegueira que me não deixa ver
É a mesma que me empurra, me agita
Numa corrida intensa e aflita
E quando me parece que experimento tocar
Apenas me descubro, perdida
E pergunto-me aturdida
O que esconde esse olhar?

Saturday, September 11, 2010

Repetido

Já antes coloquei este poema no blog mas achei que não fazia mal nenhum repetir.






Recomeça....
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças...

Miguel Torga

Urgentemente

É urgente o Amor,
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros,
e a luz impura até doer.
É urgente o amor,
É urgente permanecer.

Eugénio de Andrade

Poema XVIII

Impetuoso, o teu corpo é como um rio
onde o meu se perde.
Se escuto, só oiço o teu rumor.
De mim, nem o sinal mais breve.

Imagem dos gestos que tracei,
irrompe puro e completo.
Por isso, rio foi o nome que lhe dei.
E nele o céu fica mais perto.

Eugénio de Andrade

As Amoras

O meu país sabe as amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.

Eugénio de Andrade ("O Outro Nome da Terra")

Monday, September 06, 2010

Orvalho

Amanhã vamos saltar fogueiras
Num fogo que arde só de te ver
Voar, para longe
Para aquele sítio em que todos
São o que sonham ser
E onde o céu encontra o mar
Cobertos de areia
Cobertos de chocolate
Vamos assaltar bancos
E soltar gargalhadas por aí
Como se mais nada fosse maior
Vamos fazer castelinhos de chantili
E tomar banhos demorados
Na espuma do mar
As mãos vão tocar o firmamento
Eu arranco estrelas para deixar na cabeceira da cama
Tu vais dar-me a lua, para por no cabelo
Quando formos dançar o nosso tango em Paris
Devorando-nos, em cada esquina, em cada cheiro, em cada brilho
Vamos fundir-nos, todos os dias
Eu serei o teu rio e tu serás o meu porto de abrigo
Vamos viver todas as primaveras
Eu sem esforço e ofegante,
Prometo lamber todas as gotas de orvalho
Essas que vejo tão brilhantes, como diamantes
No teu corpo e na tua alma
E seremos todo o universos, e mais ainda
Seremos os maiores e os mais ricos
Sem ter nada de material, nus do que é material
Porque teremos o que há de mais eterno
E de tão sagrado
Não vou sequer pronunciar
A plenitude, a entrega total, inequívoca e terna
Carnal e elevada, sem barreiras, sem limites

Friday, September 03, 2010

Fim de dia

Final de dia, o sol está um bocadito sonolento e quase a esconder-se. Neste cenário de um romantismo moderno, fui dar uma volta pela obra e pensar sobre a possibilidade de viver sem este pó, sem este betão, sem este ritmo. Acho que sou dependente deste universo tão particular. Mas a dúvida às vezes faz um certo ruído em mim, ecoando durante dias e dias. Nesta incursão acabei por, uma vez mais, ter uma agradável surpresa, um homem, mais um entre muitos com quem me cruzo diariamente, sempre numa atitude distraída. Mas hoje parei um bocadinho e tivemos uma conversa interessante. Acho que estes 20 minutos deram sentido ao dia de hoje. Entre muitas outras coisas contou-me uma coisa que me fez pensar. Tantas e tantas vezes nos esquecemos que este pessoal é humano, com problemas reais, com ansiedades e com opinião sobre as coisas. Dizia-me ele o quanto aprecia a humildade dos Arquitectos e dos Engenheiros e como é raro encontrar essa qualidade.
No fundo disse-me algo que já sabia, aprendemos todos muito mais quando paramos para nos ouvir. Não devemos encher-nos de preconceitos bacocos ou de prepotência sob a capa de uma merda de um título, correndo o risco de não aprender e crescer nesse encontro interessante que podemos ter com os que nos rodeiam. Com isto não quero em momento nenhum dizer que vamos andar por aí aos abraços e esquecer o rigor das coisas, ter um elevado grau de exigência mas dosear as coisas é importante e não devemos menosprezar o crescimento que nos dá uma mente aberta ao acto de ouvir.

Wednesday, September 01, 2010




(Gostei desta foto, autor desconhecido)

Simples

Se pudesse ir até onde os olhos alcançam
E o coração desespera por chegar
Era lá que moraria
Sem reservas, sem penas,
Simplesmente de mãos dadas
Com a alegria imensa de te ter
Não sei bem quem és
Nem onde estás
Mas sei desde já
Que és todo o universo
O meu mundo, a minha vida
Tenho os braços abertos
Enlaçados nesse futuro que sorri
Porque essa é a minha missão
Esse é o brilho do meu olhar
Espraiado na certeza de ser possível
Sereno no decorrer dos dias
Que permeiam entre o agora e o depois
Os caminhos vão cruzar-se
Disso estou certa

Monday, August 30, 2010

Quando os Portugueses eram homens

Aprendemos sempre qualquer coisa, todos os dias.
Hoje ouvi uma expressão que me ficará para sempre gravada na mente.
Dizia-me um homem, com os seus 60 anos, provavelmente sem estudos, a melhor frase do dia. Contando apaixonadamente histórias felizes da sua vida profissional no desenrolar da conversa, referindo-se a um trabalho que fez em São Tomé e Principe, “um mapa mundi”, de homenagem aos que em tempos desbravaram mares e fizeram crescer o mundo, disse-me ele “uma homenagem de quando os portugueses eram homens”.
Ficou-me no ouvido a expressão que agora também é minha “Quando os Portugueses eram homens”. Partilho-a porque quero que seja também vossa e porque acho que tem algum sentido

Saturday, August 28, 2010

Pés no ar

Pensamento do dia

Vivo insatisfeita. Sofro de um síndrome que me acompanha desde que me conheço, “só estou bem onde não estou”. Uma constante sensação de insatisfação, creio que muito própria da raça humana e particularmente vincada na minha pessoa. Começo por sentir um formigueiro interior, uma espécie de urticária perante a vida que obriga a traçar mais uma meta, mais um risco no cajado, mais uma coisa para alcançar. Canso-me de mim mesma, por não ter a calma de aceitar o que já tenho. Não, nada disto se prende com o que é material, disso estou certa. Tudo se movimenta numa procura incessante para preencher um vazio que por qualquer motivo não consigo preencher. Uma vontade de nascer de novo, uma vontade de deitar para trás das costas esta vida e construir outra nova, noutro sítio. Embarga-se-me a voz e ficam rasos de água os olhos porque este estado (quase) permanente de ansiedade choca intensamente com uma outra busca que trago gravada em mim, a necessidade de ter paz de espírito, de ter serenidade. No fundo sou um vulcão que sonha ser um lago tranquilo. De facto estou recheada de antagonismos. Estou sempre oscilante, como um trapezista louco percorrendo o arame da vida, numa paixão arrebatada pela vida ou mergulhada em pensamento negros convencida que não tenho jeito absolutamente nenhum para viver.
No dia-a-dia tenho uma aparente existência prosaica, ligeira penso que as pessoas me vêm desse modo mas esse é um outro eu. Enfim se fosse um prato de comida seria uma tosta mista.

O homem que não dorme

O Homem que não dorme
Vive só, num castelo de sonhos
Passeando numa linha ténue
Entre a realidade e o imaginário
Subindo e descendo de além para aqui
Solto, de cabelo ao vento
Não se cansa, apenas sonha
Trás o mundo na algibeira
E na mente apenas o cheiro tranquilo
De quem é feliz
Os olhos grandes são de água
O sorriso é de amoras, leve e profundo
Tem nas veias as asas do vento
Ocupa-se de coisas pequeninas
E perde-se nas maiores
O homem que não dorme
Não chora,
E Vive de distribuir sorrisos
Em doses bem aviadas
Olhando do alto do céu
Não dorme porque não sabe
Não dorme porque não quer
Não dorme porque não precisa

Wednesday, August 25, 2010

Wednesday, August 18, 2010

Vem-me Amar

Deita para trás das costas
Não suspires, cair é natural
Deixa estar quieta essa ferida
Eu sei, tu sabes, vai passar
Aprende o perdão das coisas
Para escrever de novo
Uma nova história nessa pele
Sem temor ou mágoa
Deita para trás das costas
Sem pressa ou amargura
O tempo cura tudo
Até aquilo que não queremos curar
O vento sopra outra música
Deixa-te simplesmente levar
O brilho de ser vai nascer de novo
E o que agora dói passará a memória
No final tudo se vai equilibrar
Posso velar o teu sono
Ensinar o que é caminhar
Mas nunca em momento algum
Poderei simplesmente apagar
Essa ferida é tua, hoje e sempre
Deita para trás das costas
O que tenho nas mãos é apenas o que sou
Sem reservas ou guardas
Apenas e só o que sou
Apenas e só o que me posso tornar
Deita para trás das costas
Porque eu vou-te arrebatar
Sem medo ou confusão
Porque o brilho dos olhos
É o caminho do coração
Eu sei que tu desconheces
Que eu existo ou que me vou tornar
Numa cura que te vai sarar
Deita para trás das costas e vem-me Amar!

Não atire o pau no gato-to-to

Descobri que as coisas estão bem diferentes, agora os meninos pequeninos aprendem tudo de forma diferente, até as letras das músicas são ensinadas com outros conteudos!


Não atire o pau no gato-to-to
Porque isso -so -so
Não se faz
O bichinho é nosso amigo-go-go
Não devemos
Não devemos
Maltratar os animais
MIAU...

Tuesday, August 17, 2010

Nus de preconceito

Tenho pensado muito sobre o significado da vida. A minha vida, a passagem por este mundo. Creio que sem qualquer sombra de dúvidas não resolverei os problemas que ele encerra, sou apenas mais uma mulher, mas na medida do possível a vida terá certamente outro significado se tivermos a capacidade de olhar em redor e a nível local, nos pequenos universos em que nos movimentamos operar mudanças. Sempre que essas mudanças resultem em tornar alguém feliz.
Não é necessário sair do sítio em que me encontro para poder melhorar o dia de alguém, para arrancar um sorriso ou para emprestar o meu ombro. Faço disto uma filosofia de vida, sou praticante desta atitude. Não, não sou um anjo, tenho falhas e também erro e também magoo, umas vezes inconsciente outras vezes conscientemente. Não me orgulho de magoar alguém conscientemente mas já o fiz e creio que de algum modo toda a gente o faz.
A minha missão na vida é ser feliz, só uma pessoa minimamente preocupada em ser feliz poderá fazer outras pessoas felizes. Claro que quem me conhece já me ouviu uma imensidão de vezes defender que a felicidade não é uma linha contínua é apenas uma dispersão de pontos, interessa acima de tudo coleccionar o máximo de pontos. Defendo também que é preciso arriscar, eu preciso disso. A vida, esta colecção imensa de experiências, vivo-a intensamente e se cair no chão duro e agreste que assim seja pois sei que me vou levantar novamente e continuar a caminhar. No final, esse dia que nenhum de nós sabe quando vai chegar, vou dizer “Vivi a vida” e não direi nunca “A vida viveu-me”. Partilho estes pensamentos porque sim, porque esta é apenas uma janela para o mundo e assim o mundo fica ciente que existo, que não vou ter uma passagem serena por cá. Não farei grandes feitos, desses que são mundialmente reconhecidos e que estão reservados a mentes brilhantes mas no meu pequeno mundo vou tentar que seja um cantinho especial cheio de amigos, cheio de mimo, cheio de música, cheio de poesia e com cheiro a pão fresco e café acabado de fazer. Um mundinho onde podemos andar descalços e nus de preconceito, ou simplesmente nus.

Monday, August 16, 2010

Devora-me (incompleto)

Devora-me as lágrimas

Porque sou pequena

Devora-me a vida

Porque sou triste

Não deixes respirar

O coração

E nega para sempre

Que ele existe

Devora-me o sonho

Porque ele é solto

Devora-me o cheiro

Porque é tão frio

Não deixes brilhar

A alma imensa

E nega até o fim

O seu sonhar

Devora-me, devora-me, devora-me

Por não ter força para amar

Devora-me, devora-me, devora-me

Monday, August 09, 2010

Adeus

(Gosto deste poema, Eugénio de Andrade deveria chamar-se Génio de Andrade)

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.

Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

Eugénio de Andrade

Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer

É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É nunca contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder

É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís de Camões

Friday, August 06, 2010

O meu rádio!!!!


É tão catita o meu radinho e funciona muiiiiito bem.

Thursday, August 05, 2010

Calorias


Para os gulosos, é só clicar em Mousse de Chocolate!!! Bon apetit!!

Muppet Show - Swedish Chef - making chocolat moose

Muppet Show - Swedish Chef - making chocolat moose

Mééééééé


Ufa, estou acordada à 19 horas o soninho foi-se, não me resta outra solução, vou contar carneirinhos!!!!!! 1, 2, 3, 4, …. 1000´

Presentinho

Deixaram para mim um presentinho e eu gosto de partilhar, por isso espreitem. Para mim a letra faz muito sentido e a melodia é muito calminha.

Presentinho (clic, sem medo)

A foz é linda


























Como é engraçado, como a vida se revela imprevisível a cada dia que passa. Bom, num instante estamos numa pizeria descobrindo como “A foz é linda”, bebendo lambrusco doce numa amena cavaqueira e no instante seguinte estamos a ver praticantes de skate, verdadeiros profissionais com grande domínio e auto control… verdadeira inspiração, voando de forma transparente e cristalina... num rasgo de mestria nunca antes visto, apaixonado e unico. E todos perguntam, será um pássaro, será um avião???? Não é o super Zé Manema!!! E a multidão em extase corre para partilhar o momento, e o momento é intenso, um pouco enublado, vermelho e envolto em ... gaze.
Bom há que guardar na alma, de 21 gr, todas as coisinhas destes pequenos momentos que revelam acima de tudo como é bom rir, como é bom estar com pessoas sem “filtro” e como é bom falar, rir, falar e rir, rir, rir. E não esquecer nunca mais que “A foz é linda”!





Tuesday, August 03, 2010

Cratera


Apetece-me fazer amor na lua
Bem no centro de uma cratera
E no final tomar um banho de luar
Com cheiro a estrelas e primavera
E ficar nesse encanto de beijar
Sem medo ou restrição
Numa preguiça longa lunar
Embalando o coração
Perdida nesse teu abraço imenso
Sonhar, sonhar, sonhar
Até perder a razão
Fundir-me apenas e só em ti
Corpo no corpo, mão na mão
Saborear-te todas as carícias
Sorver-te e desmaiar de prazer no chão!

Friday, July 30, 2010

Resta manter a coragem para apostar nas pessoas e não ter vergonha de ser feliz!

Não sei bem porquê, nem tão pouco se isso é importante, mas a escrita vem-me acompanhando ao longo desta pequena existência como uma segunda pele. Nem sempre escrevo, faço-o quando lhe sinto a falta e sempre que faz sentido.
Por vezes apenas porque paro para pensar sobre um assunto qualquer, outras porque trago algumas palavra na cabeça, a dançar… e não raras vezes as palavras agrupam-se de tal forma que parecem poesia.
Hoje deu-me para simplesmente divagar sobre a escrita, mas sei que lá no fundo tenho outras palavras, outras coisas para dizer.
De facto, tenho que uma vez mais confessar aquela crença, que tantas vezes verbalizo, sobre o facto de a vida ser feita de encontros e desencontros. Porque num dia encontramos alguém e no seguinte desencontramos outro alguém. Por vezes nestes cruzamentos da vida, encontramos pessoas, noutras apenas situações que desconhecia-mos e que certamente nos vão acrescentar coisas, mais experiência, uma visão diferente sobre nós próprios e sobre a vida. A possibilidade de redireccionar, de filtrar e muito importante, de relativizar. No fundo algumas das situações que vivemos são oportunidades de melhorar. Quanto a pessoas, tenho tido a felicidade de ter felizes encontros, nos últimos tempos mais ainda. Algumas dessas pessoas são pérolas e espero poder manter o seu brilho por perto, porque tudo isto só faz sentido se nos rodearmos de gente, gente-humana, gente-pessoa. Creio que a felicidade se constrói de pessoas e claro que também é de pessoas que falamos quando olhamos a outra face da moeda, a infelicidade.
Esta, que não deveria ser uma descoberta, é de facto a minha última descoberta, creio ter iniciado só neste momento o entendimento sobre a importância das pessoas. Acho que durante uns tempos pensei que talvez sozinha na minha conchinha, pudesse ser feliz, com algumas poucas pessoas mas realmente é nas pessoas que reside o maior valor para se atingir a felicidade. Resta manter a coragem para apostar nas pessoas e não ter vergonha de ser feliz!

Friday, July 02, 2010

Platónico

Ele esconde-se atrás de uma esquina
À espreita de vê-la passar
Sem saber imagina
O quanto a poderia amar
E ela vagamente só
Passa as mãos pelo cabelo
Na esperança de ser amada
E alguém desfazer esse nó
Segue o seu terno olhar
Fintando até a sombra
Sonhando que lhe vai tocar
E ela distraída pára
Perfumada e segura
Com a carteira na mão
De sai justa e clara

Vai ser sua é certo
Não hoje, talvez amanhã
Até que o longe seja perto
E caiam os dois no divã

Coisas Pequenas Madredeus Composição: Pedro Ayres Magalhães

Coisas pequenas são
Coisas pequenas
São tudo o que eu te quero dar
E estas palavras são
Coisas pequenas
Que dizem que eu te quero amar.
Amar, amar, amar
Só vale a pena
Se tu quiseres confirmar
Que um grande amor não é
Coisa pequena
Que nada é maior que amar.
E a hora
Que te espreita
É só tua.
Decerto, não será
Só a que resta;
A hora
Que esperei a vida toda,
É esta.
E a hora
Que te espreita
É derradeira.
Decerto já bateu
À tua porta.
A hora
Que esperas-te a vida inteira,
É agora.

Memórias

As memórias são eternas,
Como as estrelas e o firmamento
Nem boas ou más
Apenas memórias
Rompendo a brancura dos dias
Pintando a existência de imagens
Transportando-nos para outros lugares
Devolvendo-nos outras paragens
Têm cheiro e têm voz
São trajecto directo para o antes
Cama elástica, trampolim
Certeza de haver
Perpetuo momento do fim

Monday, June 21, 2010

Romaria

Há foguetes no ar
Paperrramprrrrampampam
E uma voz que quer cantar
Mas que tem a voz no chão
Há sardinha e tintol
Num cabaz que está ao sol
E tambores a rufar
Paperrramprrrrampampam
E fanfarra, e chimfrim
Doidas, loucas a dançar
Há rapazes e miúdas
Sem limites a cantar
Paperrramprrrrampampam
Há mosquitos, futebol
Cabra cega e Sumol
Frango assado pois então
Couve rocha e melão
Paperrramprrrrampampam
Paperrramprrrrampampam
Paperrramprrrrampampam

Fim

O mundo lá fora grita
Num sufoco áspero e rude
Na lentidão do movimento
Na pressa, no luto
Os gritos descontentes
De tão sós, são a própria solidão
Ecoam contra a corrente
Rompem total multidão
Que as almas mais tristes e sós
Confundem a dor com fantasmas
E rasgam em prantos rasgados
As patas de ser mal amadas
Rugindo o fogo bem alto
No escuro da solidão
Mora o amor e o pecado
Que cai prostrado no chão
E os corvos vestidos de negro
Uivam à lua tristeza
De ver o mundo num leito
Sem vida ou qualquer beleza
E às voltas sem pressa ou vagar
Passa no adro o cortejo
Que jura p´ra sempre velar
O mundo, o amor e o beijo
Mas mortos que estão afinal
Não resta às almas descanso
Apenas o choro e o negro
Apenas o mau o ruim
Apenas viver em suspenso
Serena espera do fim

Sunday, April 18, 2010

Para ti

Eu sei que tudo será melhor,
Que hoje, que a ferida abriu
É apenas o dia do limiar da dor,
E a dor vai-se diluir, eu sei que vai.
Um dia afinal vais apenas guardar
Dentro do peito, a alma do outro ser
E vais sentir que essa alma não desapareceu

O céu ganhou mais uma estrela.
Tu vais seguir o teu caminho
Eu estarei aqui, no sítio de sempre
De braços abertos para te aconchegar
E vou cobrir-te de mimo, de beijos
Vou esta onde sempre estive

Não é de mim que se trata, é de ti

Não vai ser fácil, não vai ser bom
Vai ser, como todas as perdas, um fardo
Mas eu posso e quero ajudar
A levar o fardo, até que fardo não pese
No fim ficará apenas o que foi positivo
O tempo cura as coisas

Palavras, bem sei, leva-as o vento
Mas é isto que tenho para te dar
Neste momento, que não pode ser branco
Escrevo para ti, para que percebas que não estás só
Tal como eu, outros que te querem bem
Que te amam de algum modo

Não temas as lágrimas ou o choro triste
Esta hora é a hora de deitar fora
O que essa alma gigante sente
Sem medo, sem limite, sem temor
Os homens também choram
Porque os homens também sentem

No fundo só quero que saibas que estou aqui,
No sítio onde sempre estive.

Beijos

Thursday, March 18, 2010

A alma para lá da janela

Procuro no olhar um outro olhar
E de tanto procurar, deixo ficar
Presos nos teus, aqueles que são os meus olhos
Procuro no movimento, o véu profundo
Da alma para lá da janela
Da vida para lá da vida
Da vida para lá do mundo

Sei-te imagem, sei-te carne
E a cada brilho novo que descubro
Crio um mundo novo, nova gente
Procuro em cada olhar,
O jeito simples de ver, e sem querer,
Um jeito simples de criar
Um eu mais cheio e profundo
Um eu que és tu e o teu pensar

Não retiro, apenas acrescento
À minha a tua existência
Faço crescer o momento
Dou mais cor à minha essência
E guardo tão bem afinal
No peito, o traço, o trejeito
Da alma para lá da janela
Da vida para lá da vida
Do olhar que trazes no peito

Saturday, March 06, 2010

Manifesto egoísta

Raios partam o mundo
Que me incomoda, me distrai
Que me leva para onde não quero ir
Que me sufoca e constrange
Raios o partam
O mundo e as suas coisinhas miúdas
Não me apetece ter paciência
O mundo que se lixe
Quero ser egoísta
Quero virar-me para mim
Sem ser engolida por esse mundo rude
Rude e feio
Sim
Que se lixe tudo e mais qualquer coisa
Não me interessa, que tudo desabe
O mundo dos outros não me apetece
Quero apenas o meu
O mundo que eu tenho só para mim
O mundo que ninguém vê ou sente
Raios para as ridículas convenções e bons costumes
Para os salamaleques , os chiliques e coisas afins
Quero ser egoísta
Quero viver para mim!!!