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A vida tem destas coisas, nem tudo que amamos é perpétuo e por vezes é positivo que não se perpetue. Falo de amor, claro que falo de amor. Nem sempre este sentimento é bom, nem sempre amor é sinónimo de felicidade. Sei do que falo.
Sente-se falta de amar??
Sim.
Mas quando ainda se tem cá dentro coisas para resolver a solidão é a melhor companheira porque estando sós podemos curar-nos de verdade, pelo menos assim espero.

Caí
Numa rede fina, apertada
Num alto mar que me leva

Repouso num turbilhão de imagens, cheiros e olhares

A rede espera-me e aperta-me,
por fora e por dentro
Como um corpete, uma camisa-de-forças
Não à escape
A fuga é já um impossível
Custa-me abrir os olhos e fitar de novo esse mar que fora calmo
Agora resta uma tempestade fria

Na boca ficam os grãos de areia
Tristes e solitários
Os meus lábios secam a cada passagem
Sou arrastada até que os passos se esqueçam de existir

Esqueço-me de quem sou
Não consigo fintar este fado
Os braços descaem para se cravarem num sufoco que não tem fim

Espero um oásis, como uma miragem que revela tudo que está para vir