A foz é linda!!

A foz é linda!!!!!!!!!!

Friday, December 28, 2007

Estou em balanço


Mais um ano que passa, mais um dia, mais uma hora, mais um segundo e todas as ínfimas porções em que se divide o tempo. O tempo passa sempre, é irrepetível e como diz um amigo meu, “o tempo é a coisa mais democrática que existe porque passa de igual maneira para todos nós”. Seja como for, quando chega esta altura do ano, faço inevitavelmente um balanço do ano que passou, dos projectos realizados e daqueles que não saíram da gaveta. Depois olho para o ano seguinte e começo a esboçar novos projectos, reescrevendo alguns dos que ficaram na gaveta, seleccionando aqueles que valerá a pena manter na agenda do ano que aí vem. Fico sempre introspectiva durante estes dias. O ano que passou não foi dos melhores, ganhei muitas coisas mas também perdi algumas incomensuráveis, bens afectivos, bens humanos que é o que mais me interessa. No meio de toda esta reflexão assaltou-me uma questão que me deixa mergulhada num certo desapontamento, serei uma boa amiga? Serei negligente com os amigos? Se calhar as pessoas não o sabem mas os meus amigos deveriam saber que, mesmo não estando fisicamente com eles de forma frequente, mesmo estando em silêncio por largos períodos, estou aqui. Por todos vós farei sempre o que estiver ao meu alcance. Nunca disse isto porque nunca tinha pensado que seria importante dize-lo, a amizade assenta inevitavelmente neste principio. Quanto ao próximo ano, no que depender de mim será um óptimo ano.

Monday, December 03, 2007

Caleidoscópio


Caleidoscópio

Tu e o Mundo
caleidoscópio
onde perscruto
enquanto posso
o que é fecundo
por trás do óbvio
Atrai-me o fluido
mais do que o sólido
Só me seduzem
na praia as rochas
na terra os muros
se acaso escorrem
de mar ou chuva
Que vale o bosque
sem o sussurro
das altas copas
De vulto a vulto
o que me empolga
é ver o fluxo
sentir as trocas
ou os conluios
do que se evola
E sobretudo
na luz nos olhos
de quem se busca
Assim tu própria
perante o Mundo
caleidoscópio
em que mergulho
Oh turva glória
Trago do fundo
pedras informes
cristais avulsos
Só te constroem
quando os destruo
Então de sólidatornas-te fluida
Tal como a 'stória
do próprio Mundo
Divagas Vogas
em mar em chuva
líquido bosque
sob o sussurro
das altas copas
toda lacustre
enfim tão próxima
do que procuro
e me renova

David Mourão Ferreira