A foz é linda!!

A foz é linda!!!!!!!!!!

Thursday, January 22, 2009

Fantasminha


Fantasma, porque sais agora do armário? Logo neste momento em que o meu sistema imunitário não aguenta com pequenos sustos quanto mais fantasmas. Por outro lado, isto ia acontecer mais cedo ou mais tarde, afinal moramos na mesma cidade. Às vezes até me pergunto como é que não aconteceu antes. Mas sabes, o facto de te ver trouxe todo o lado mau, avivou coisas que eu não queria saber que moram cá dentro mas… continuas a irradiar o que já na altura me fez gostar de ti. És um ser com sentido de humor, de bem com a vida, e uma das pessoas mais inteligentes e sensíveis com que me cruzei, livre das merdas pequenas e comezinhas com que o resto do mundo se preocupa. Sabes fantasminha, senti que ficaste nervoso e confesso que isso até me divertiu, por momentos pensei que tu tivesses medo que eu te mordesse. Parecias um menino, intranquilo, foi engraçado. Esse nervoso terá algum significado? Também que importa, não tem qualquer importância o que realmente conta é que estejas bem, eu hei-de ficar.

Amantes ...

Os amantes são uma espécie interessante. Muitas vezes me perguntei o que seria isto, ser amante. Serão pessoas que procuram a fuga num relacionamento secreto, oculto, próprio de gente comprometida com casamentos, ou namoros oficiais que procura no extra-oficial a emoção esquecida, a transgressão, a aventura. E desse modo ressuscitar a paixão carnal com um ser externo e oficioso? Hoje fui surpreendida, enquanto preparava um parco almoço. Estava na minha cozinha de reduzidas dimensões quando, por um motivo inexplicável, vejo na rua um carro, um BMW moderno, preto. Por instantes pensei que se tratava do meu amigo Muffin, que talvez de viagem por estas bandas me viesse visitar, para soltarmos duas ou três gargalhadas e por a conversa em dia. Não, não era ele. O homem, sai do carro e por qualquer motivo prende a minha atenção. Estava eu entretida a aquecer as três conchas de sopa que me iriam forrar o estômago e reparo que o homem agora caminhava sem rumo definido, pelo passeio, mirando com indubitável ansiedade o inicio da rua, à espera de alguém. Pensei eu, deve ter uma reunião de negócios, será talvez um homem ligado à construção que vem para tratar de algum assunto relativo à obra que se vai iniciar aqui perto. Distraída com a tarefa doméstica, que me levaria a saciar a fome, sento-me e como a sopa. Uma colher após a outra, desligo da personagem secreta. Finalizada que estava a refeição, com uma doce e sumarenta laranja nacional e sem mais para fazer, retiro a pobre baixela da mesa, que mais não era que uma tigela de loiça pintada à mão, uma colher e uma faca do palaçoulo. Dirijo-me para a banca, para depositar tão parca ferramenta e reparo que vinda do início da rua, surge uma viatura, de cor verde, conduzida por uma mulher, supostamente uma vizinha. Depositados que estavam os despojos de um almoço solitário, e como não estava a chover e uns tímidos raios de sol surgiam lá fora decidi ir tomar um café e ler o jornal, numa tentativa de preencher o tempo. Casaco, cachecol, carteira a tira colo e botins, pronta para enfrentar o frio do exterior, dou duas voltas na fechadura e lá vou eu. Mas qual não é o meu espanto quando no carro verde, no banco de trás, duas cabeças coladas, trocando carinhos e mimos secretos. Fiquei deliciada, o amor também mora num parque público, perto de minha casa.

Thursday, January 15, 2009