Caí
Numa rede fina, apertada
Num alto mar que me leva
Repouso num turbilhão de imagens, cheiros e olhares
A rede espera-me e aperta-me,
por fora e por dentro
Como um corpete, uma camisa-de-forças
Não à escape
A fuga é já um impossível
Custa-me abrir os olhos e fitar de novo esse mar que fora calmo
Agora resta uma tempestade fria
Na boca ficam os grãos de areia
Tristes e solitários
Os meus lábios secam a cada passagem
Sou arrastada até que os passos se esqueçam de existir
Esqueço-me de quem sou
Não consigo fintar este fado
Os braços descaem para se cravarem num sufoco que não tem fim
Espero um oásis, como uma miragem que revela tudo que está para vir
2 comments:
Miúda, respondem estes senhores que foram tão bem cantados pelo génio de Caetano:
O ÚLTIMO ROMÂNTICO
(Sérgio Souza, Lulu Santos e Antônio Cícero)
Faltava abandonar a velha escola
Tomar o mundo feito Coca-Cola
Fazer da minha vida
Sempre o meu passeio público
E ao mesmo tempo fazer dela
O meu caminho só, único
Talvez eu seja o último romântico
Dos litorais desse Oceano Atlântico
Só falta reunir a Zona Norte à Zona Sul
Iluminar a vida, já que a morte cai do azul
Só falta te querer
Te ganhar e te perder
Falta eu acordar
Ser gente grande pra poder chorar
Me dá um beijo, então
Aperta a minha mão
TOLICE É VIVER A VIDA ASSIM,
SEM AVENTURA
Deixa ser, pelo coração
Se é loucura, então
Melhor não ter razão
Mas acrescento isto:
anda para a frente, miúda, mas só se te apetecer, só se te sentires apta a isso. Toda a gente te dirá "anda prá frente", mas isso não é coisa que se faça só porque sim. Isso é deixar-se andar, e nunca pode ser bom.
Beijo enorme...
Nós estamos aqui... Sempre....
Leo e Carlicha
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