Pudera eu
Contar com meu passos
Todos os pensamentos, sonhos e sentimentos que teço por ti
Derramar no oceano a minha história
Para que os mares, sepulcro escolhido, se afogassem nas dores
Que outrora foram luz e alegria
Romper com as asas de um anjo negro
Um céu mais negro ainda
Por não poder guardar no peito tanto infortúnio
Levando a ternura e o amor para parte incerta
Já não é a bonança que me tolhe as curvas do rosto
Não mais a alegria se me faz companheira
São dores viscerais a moldar o meu destino
Da boca cai a gota amarga de um fel que já foi mel
Das mãos o punhal já arrefecido
Dilacera-se-me o cansaço de tão cansada estar
E a esperança, essa magnânima companheira dos não afortunados
Nem tão pouco ela habita o meu interior
Que de tão tristes, desistiu de mim
Escondo-me neste fosso, negro e fundo
Sem norte ou vontade de viver
E guardo junto ao meu peito, secretamente
O último anseia, o desejo secreto de te ver
Sílvia Alves,
25 de Setembro de 2006
1 comment:
Oh, estas palavras lindas são para mim????
Pois eu nunca desistirei de ti!
Te amo :)
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